MENSAGENS PARA A ALMA

MENSAGENS PARA A ALMA

DONATO RAMOS

A saudade triste junto ao poeta chorou.

A lágrima pura também existiu.

O poeta sabia ter dentro de si alguma coisa que, aos poucos, ia tomando forma. A materialização da lembrança... olhos aprisionados na saudade daquilo que, um dia, existiu.

Veja o que sobrou do poeta:

Olhos alongados no horizonte, à procura do que fugiu de si.

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De rezas e de rosas, fiz versos pra você.

De tanto andar, esqueci.

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QUE CADA DIA SEJA UM NOVO RECOMEÇO, ONDE TUA ALMA DANCE NA LUZ!

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A felicidade

morava ali, pertinho. Sem que ninguém a descobrisse. Todos por ela passavam... faziam rimas... trovavam madrugadas... cantavam a lua...e partiam à procura de algo mais.

No passado, foi ficando a felicidade.Por essa razão, as lembranças ferem muito mais.

A felicidade estava ali.

E ninguém sabia.

E, até hoje, através da lembrança daquilo que o Rádio tocava, a procura continua!

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O sono não veio bater no quarto do poeta. Apenas o bater da chuva no telhado.

O ping-ping contínuo, ininterrupto, a dizer, a gargalhar, a mexer com o poeta e dizer baixinho:

- Ela não veio...Ela se foi...

Pára, chuva! Pára, para que ela possa ouvir as minhas súplicas. Talvez, assim, ela volte.

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O pensamento do poeta vem da distância infinita dos seus pobres sonhos... Em cada esquina de saudade, a perambular, a frase de amor nunca traduzida em sentimentos perenes...

Amor... o quê será...? Será o frio que percorre o corpo quando o nome dela é proferido...? Será a sensação de realização quando uma palavra apenas é dita, de conforto ou de esperanças...? Será o amor... Ninguém sabe.

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O ar, apenas, como distância. A distância real, no entanto, estará dentro de nós, meninos que somos, eternamente crianças, sentindo o mundo cansado... sentindo a vida despertar em cada célula no calor do teu carinho, ainda sou menino passarinho com vontade de voar tendo, apenas, o ar como distância e você bem dentro de mim...

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Ponto final no tudo que existe.

A música que embala a morte, já está na pauta.

Adeus sonhos e quimeras... risos e lágrimas.

A música que embala a morte já soa nos ouvidos de quem se vai para sempre.

É a valsa da morte em meus ouvidos.

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Onde a vida nos levou...?

Você sabe? Ninguém. Depois que os anos embranquecem os cabelos e deixa os passos trôpegos, nada mais importa. Nem saber das mal traçadas linhas do nosso destino. Às vezes, fica apenas uma imagem... com um lampião, talvez!

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A onda que vai... a onda que vem... a onda que foi beijar os pés das virgens de todas as cores que o sol lhes deu. A onda que vem dizer coisas que viu e que sentiu aos beijar os pés e ouvir os cochichos de cada sereia...A onda... tão bela, tão simples, tão brava, tão grande, tão quente... e, também, tão fria. Onda que bate. Que chega. Onda que sai. Onda que viu e não contou. A onda... Onde, a onda? Ali, nos pés da menina virgem.

DONATO RAMOS

donatoramos@uol.com.br

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DONATO RAMOS
Enviado por DONATO RAMOS em 04/06/2008
Código do texto: T1018617