"Quero-te! (Para Igor Tehan)"

Na tentativa de escandalizar minha ira inventei verbos e expressões, fui da noção ao seu juízo a porta principal do seu paraíso. Levei-te ao céu e ao inferno com as mesmas proporções, sem os fervores da grande paixão. Amei-te leviana e vadiamente, com as mesmas intenções de uma esposa sandia, não lhe fiz composições jocosas, mas sim compus versos em prosas. Daqueles que, horizontalmente falando, retiram do leigo o mais injurio pensamento. Do vil ao lírico momento, escrevi o meu único desejo: tê-lo na mais contumaz vontade, apelando ou não para minha pouca castidade; até conseguir-te sem nenhuma (ou pouca) piedade.

Ora, rapaz! Fui pra você, um anjo lascivo; não me queira dedicar lírica poesia: dedica-me sim, a mais sutil erótica melodia. Aí sim, dançaremos o mesmo ritmo, sem a necessidade de uma referência que nos tire desta plena indecência.

Não te quero para amor eterno, nem tampouco companheiro em degredo. Quero-te ao cume do meu maior desejo, seja noite ou dia. Venha-me com o vocábulo ordinário, daqueles que dito ao ouvido, inspiram! Perca a compostura nesta sua sedução minha, guia-me feito malandragem latente, e enfim faça-me dançar nesta sua maestria.

Perdoem-me os devotos, não há como deixar a devassidão fora desta minha composição: acho-a ideal, sempre! Seja na escrita ou não. Afinal, eu me garanto.