POR ONDE ANDA QUEM ME QUIS?

Aparentemente morto, o amor que foi acaso repousa. Nas esquinas de um pensamento a brisa refresca meu dia. A chuva que caiu levou para longe as mágoas e embora o céu continue no tom cinza que conheço tão bem, meus olhos colorem as lembranças, que pintam a tela do renascimento - é preciso continuar, apesar do que não houve.

Refeito em sonhos doces, prossigo pelo inabitável campo dos sentimentos exilados, trazendo comigo frágeis certezas proporcionadas por momentos que agora estão distantes de qualquer acontecimento, perdidos que ficaram em algum lugar do passado. Talvez, melhor mesmo sejam as dúvidas a saber que nada fui.

Sorrio para um nada formando imagens em paredes imaginárias. Mesclo acontecimentos com possibilidades, mergulhado em devaneios que aquecem a frieza de vagas constatações. Seria bom saber o que ela pensa... Não me importaria em sofrer mais um pouquinho, desde que soubesse ao menos o que ela quer, o que quis...

antecipo razões enquanto admiro um horizonte carregado por nuvens densas e tristes. As aves desapareceram. O azul do céu levou consigo minhas esperanças e mais um dia entardece os desejos inatingíveis pela ausência do que não se manifesta e sobrevive apenas dentro de mim, nesse descanso inquieto acomodado por sua indiferença...

COSTARELLI
Enviado por COSTARELLI em 01/06/2008
Reeditado em 04/08/2013
Código do texto: T1014823
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