Às vezes não sei para que lado olhe. Nem mesmo a direção dos meus passos sei. Se fixo meus pés em teu solo ardo. Se busco outro caminho esfrio, mas também posso afundar, há muita areia movediça. Outro olhar e me afogo. É muito mar. Muito mar. E eu só queria amar como sei. Tão simples assim. Amo e entrego corpo, alma, sonhos e segredos meus. Não tenho mistérios. Tenho vida a compartilhar. Nada escondo quando amo. A que serve a minha honestidade, a não ser à minha paz? Você não gosta da verdade e passa a não gostar de mim. Volto-me para a escuridão. Protejo-me na solidão. Sofro, choro, recolho-me. Ganho forças na dor e no chamado da vida. Elejo outro horizonte. Desvio o pensamento do que se foi. Aceito as despedidas. Pego carona em outras vidas. Vôo por céus desconhecidos, segurando em mãos que confio. Um mundo novo me invade. O vento carrega-me levantando a minha saia rodada. Farto-me de vida, que em torno de mim roda. Eu danço com você. E a vida continua girar. Não penso. Não lembro. Eu vivo. E caio. Volto ao chão. Choro em vão. A realidade me acorda. Sem ressaca, que Deus é bom. Tão bom que me ergue e me ajuda a sustentar a saudade. Olho novamente e a vida se mostra inteira em sonhos. Essa hoje é a minha verdade. 


Evelyne Furtado 30 de maio de 2008.
Evelyne Furtado
Enviado por Evelyne Furtado em 30/05/2008
Reeditado em 04/06/2008
Código do texto: T1012697
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