Eu... Da Amazônia, um breve descrever.....(manga city)

Um amigo novo me disse assim, tem alguma coisa diferente nas suas fotos, não consigo saber o que é... Daí respondi, deve ser minha energia, minha alegria interior, essas coisas. Falei brincando, mas sabe que é mesmo?

Eu sou mesmo assim, às vezes quero me dar as pessoas de uma forma irremediável, quero dar minha amizade, carinho, amor, e acontece que nem todo muito entende, ta preparado para receber, ou mesmo não sabe valorizar...

Eu sou assim, pessoa que crê, e que busca extrair das pessoas o que há de melhor, e que acredita na vida, e em tudo de bom que podemos fazer para evoluir.

E você meu amigo, vai me ver sempre assim, um sorriso franco, sem artifícios ou sofisticações, um olhar terno, positivo, sempre um abraço pra dar, uma piada, brincadeira, como diz a filha, quando não tenho de quem gozar, rio de mim mesma...

E essa pessoa sou eu, desarmada por um sorriso, e muito entregue ao amor, e querendo muito ser e fazer feliz...

Prazer!

Eu sou:

Roseane,nascida na Santa Casa de Misericórdia daqui, criada no Marajó,melhor dizendo em Salvaterra, dona de uma infância linda,que incluiu dormir e acordar ao barulho das ondas,maré enchendo, maré vazando,(esse barulho que me intriga e me faz viajar até hoje), noites de céu completamente estrelado, contando estrelas, contando histórias, causos,fazendo pedidos secretos as estrelas cadentes, brincando de rodas...

Essa sou eu, essa paraense que vos fala que adora um bom prato de maniçoba e se embriaga com o cheirinho do tucupi, que troca qualquer prato por uma boa tigela de açaí, acompanhado de peixe frito que fala carapanã, muito égua, e que curte muito:

A feira de Mirití em outubro na Cidade Velha;

Que vai assistir várias vezes Verde-ver-o-Peso;

Que sorri e se emociona com o canto de Nilson Chaves, Verequete, Lucinha Bastos;

Que não enjoa da República, que acha que outubro é o melhor mês do ano, que fica tomada pela emoção do Círio, acompanha a transladação, participa do Auto do Círio, acompanha o Arrastão do Círio do Arraial do Pavulagem, e tudo de bom que acontece nessa época...

Sou eu... assim bem simples, popular,super "dada", do povo, uma paraense de verdade.... Do Mangal, do Feliz Lusitânia, do Ver-o Rio, de Icoarací, das praias, dos rios, do peixe-boi, do Bosque e do Museu...

De Salvaterra, do Pôr do Sol de Firmo Cardoso, do Por- do- sol na Estação, de todas as Luas, de todos os Sois...

Sou Pauapixuna, índia de todas as tribos, apaixonada por adornos da terra, meu ouro é côco, açaí, jarina, capins, sementes...

Fã da Amazônia Jazz Band, Fã do Teatro da Paz, pávula do Pavulagem, admiradora orgulhosas dessa Amazônia linda, sem deixar de registrar um lado especial que bate, pulsa no Amapá, eternizado na Zagury, bem de frente pro Rio Amazonas, e suas águas incoerentes, misteriosas, puro êxtase, perfeita contemplação!

Ainda assim, se me perguntares quem sou, te diria, a um segundo atrás era tudo isso aí, agora já nem posso te afirmar, mudo com o vento... Mudo com a vida... Mas há que se aproveitar de tudo uma coisa, a essência de ser assim, exatamente assim... eu....

Em 12 de setembro de 2006