A versatilidade do Poetrix

Sou pedra,

seixo que corre de uma margem a outra procurando abrigo.

Sou um amante do Poetrix. Mas não sou só um amante da arte. Acho que ele precisa ser estudado com mais afinco, até mesmo com olhares mais aguçados. Para mim não basta escrever Poetrix. É importante observar que ele tem opções importantes, mas que não são percebidas numa primeira leitura. Essas possibilidades surgiram com a implementação das Novas Diretrizes que dizem: "cada verso apresenta independência sintática, de modo que não se separam os termos de uma oração em dois ou três versos só para compor o terceto".

Pensando em viabilidade, resolvi testar alguns Poetrix de minha autoria. Para isto não vou fazer uma seleção prévia. Eles serão avaliados aleatoriamente. Quero comprovar a versatilidade desses tercetos, algo que deve ser explorado em oficinas e salas de aula. Acredito que seja um elemento motivador e exclusivo do Poetrix. Esses eventos não mudam o sentido do poema, mas mudam sua arquitetura.

Para cada Poetrix que segue as Novas Diretrizes, teremos vinte e sete eventos distintos, sem que haja perda de qualidade.

Vou apresentar apenas três possibilidades para cada um dos Poetrix que trago como exemplo.

Chamarei de Poetrix original o A1, por uma questão didática, mas isso não significa que ele seja o principal, pois todos têm a mesma possibilidade embora sejam diferentes na posição dos versos.

O ideal é que eu tivesse utilizado uma amostra maior, mas não há necessidade.

A1 - Casa velha (original)

filhotes pingavam dos beirais

ninhada espatifada no chão

pais murcharam no canto

A2 - Casa velha (modificado)

ninhada espatifada no chão

filhotes pingavam dos beirais

pais murcharam no canto

A3 - Casa velha (modificado)

pais murcharam no canto

filhotes pingavam dos beirais

ninhada espatifada no chão

A1 - Êxtase

remava nas nuvens

à deriva

não quero mais voltar

A2 - Êxtase

à deriva

remava nas nuvens

não quero mais voltar

A3 - Êxtase

não quero mais voltar

remava nas nuvens

à deriva

A1 - Vai lendo...

acusa-me injustamente o louco

diz que sou são

a poesia é a porta da minha loucura

A2 - Vai lendo...

diz que sou são

acusa-me injustamente o louco

a poesia é a porta da minha loucura

A3 - Vai lendo...

a poesia é a porta da minha loucura

acusa-me injustamente o louco

diz que sou são

... E viva a poesia!!!

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 08/07/2024
Reeditado em 08/07/2024
Código do texto: T8102657
Classificação de conteúdo: seguro