Coautoria

O poetrix é um poema que nos permite voar na imaginação e caminhar a par e passos, na esteira da realidade. É um poema versátil e ao mesmo tempo glamoroso, complexo e divertido. Sua estética é bem simples, um terceto, mas nas suas entrelinhas esconde um mundo submerso entre os seus versos.

Em uma conversa com a professora Paula Cobucci, ela me perguntou: pedir para os alunos colocarem um título. Que tal?

No mesmo instante ocorreu-me um novo arranjo poético que talvez possa ajudá-los na construção de poetrix.

Pois bem, é interessante notar que o poetrix tem como uma de suas características mais marcantes, o título. Nem sempre é fácil encontrar uma palavra ou até mesmo uma frase que possa cravar o título de um poetrix.

Pensando em uma sala de aula e na pergunta que a Paula me fez, acredito que seria interessante uma parceria entre o professor e os alunos, mas que poderia ser, também, entre os próprios alunos.

A parceria consiste na elaboração de um poetrix na totalidade, só que ele será feito em partes, por dois autores, que seriam coautores do poema final. Para isto, podemos definir um poetrix que seria usado como Mote para todos os outros poemas. De modo que o aluno escolheria o título ou o texto do poetrix Mote para a sua parceria. Isto implica dizer que as possibilidades de novos poetrix são infinitas.

O aluno tanto pode escolher o título como o texto, para escrever o seu poema, de modo que um aluno escreve o texto e o outro o nomeia. Lembrando que nem um dos dois pode alterar o que o outro escreveu.

A coautoria será definida sempre começando pelo nome do autor do título, para que o leitor do poema saiba exatamente quem escreveu o título e quem escreveu o texto.

Acredito que as parcerias são para sempre. É importante dizer que o primeiro autor poderá recusar a parceria, caso não tenha gostado do resultado.

Vou apresentar um exemplo de como isto seria na prática.

Primeiro passo:

1 - Nada_dor (Mote)

diga-me se me queres

posso morrer na poça d'água

a dor já está pelo meio

(Pedro Cardoso)

Segundo passo:

2 - Nada_dor

Um mar de tristezas e inseguranças

Fé e esperança sempre

Confiança em tempos melhores

(Pedro Cardoso) e (Paula Cobucci)

Terceiro passo:

3 - Apaixonado ansioso

diga-me se me queres

posso morrer na poça d'água

a dor já está pelo meio

(Paula Cobucci) e (Pedro Cardoso)

4 - Conflito (Mote)

você voava nuvens, eu chão

você andava mundos, eu vãos

você fazia versos... eu não

Dreyf Gonçalves

5 - Conflito

edifico o meu rio

águas profundas

lanço braços aos céus

(Dreyf Gonçalves) e (Pedro Cardoso)

6 - Viagem

você voava nuvens, eu chão

você andava mundos, eu vãos

você fazia versos... eu não

(Pedro Cardoso) e (Dreyf Gonçalves)

7 - Revelação

edifico o meu rio

águas profundas

lanço braços aos céus

(Marília Tavernard) e (Pedro Cardoso)

8 - Silencioso grito

à sombra dos mais pobres

na dança aflita da vida latente

... Um mudo eco ressoa

(Marcelo Marques) e (Dreyf Gonçalves)

9 - Andamento (Mote)

dor, ânsia triste,

sobressaltos do pensamento

todo passo é um muro

Pedro Cardoso

10 - Andamento

Prossigo no meu poema

dos momentos farei versos

avanço ao ponto final

(Pedro Cardoso) e (Marcelo Marques)

... E viva a poesia!!!

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 04/10/2023
Reeditado em 12/10/2023
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