Sobre os versos.

Escrevi versos

Não como estes

Nunca como estes.

São inéditos, como um rio que se banha uma vez só.

Deixo aqui meu fôlego da madrugada,

em um sopro sonoro de um autor, que ao fechar dos olhos,não existira mais.

Amanha, serei inedito, como meus versos, que já velhos e pertencentes a quem não existe mais, me trará lágrimas e nostalgia.

Por isso, é tao dificil dizer adeus, há um luto inegável,um apego afável naquilo que concebi.

Belos, ou feios, ou vazios, ou tristes, são meus e agora seus, como qualquer uma flor, que da a sua beleza ao mundo, mesmo estando em um jardim só.

A quem sou eu ? Um poeta oculto, que em segredo escreve estrofes públicas, um calígrafo sem rosto, que imagina devaneios, ilusões, divagando menos pra mente que para o coração, bem tímido sou, ao menos tenho uma versão de mim que se apresenta assim.

Nas mascaras que já conheci, ou já vesti fiz ali um personagem fragmentado, em personas tão complexas que as vezes acho que parece comigo.

Escrevo sobre mim leitor, como a quem fala a um amigo, passageiro amigo, por um minuto ou dois.

O poeta apenas aprecia o mundo a fora de sua poesia, contando o que ele vê sobre ela mesma. Por aqui vou ficando, sem qualquer arrependimento e eu com coragem pra voltar amanha, me despeço. Um Adeus.

Paulo Alcides
Enviado por Paulo Alcides em 12/01/2023
Código do texto: T7692632
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