Inesquecível
Essa terra infértil, onde o amor antigo insiste em se instalar; esse tórrido veneno, que arrasta a tormenta caudalosa de mil lembranças, reticências do temeroso vendaval.
Treme o corpo, clama por mais um momento amoroso, uma tarde que se espreguiça e boceja, insone e descuidada.
Vem me ver de perto, vem permear minhas lentas lembranças, descongela as marcas da paixão de primavera.
O lobo uiva, em sinal de alerta. As gralhas se afastam.
Meus desejos cabem entre teus dedos, um a um.
Mudam de cor meus sentimentos.Embaralham-se as lembranças mais febris da tua imagem.
Ledos enganos, doces venturas, tenras imagens amadurecem o fruto proibido.
Ninguém na última curva. Alguns vestígios de saudade, esquecidos, quais gravetos da fogueira extinta , que já acalentou outros invernais rumores, de cadenciadas vibrações de dois corpos ensandecidos.
A estrada termina nessa última memória da chuva fina e terna.
Teu sorriso, o teu encanto, o meu castigo... por te amar tanto!
Gardênia SP 15/11/07