ESPERO QUE ENTENDA

Espero que entenda,

nada vou explicar,

o sono adormece,

passa na espuma morna,

da aguá salgada do rio,

e assim se faz luz,

pode acordar o gado,

terra germinada,

fruto que mata cede,

lava a fome do menino,

pois o choro abatido,

se nega em sua teimosia,

pede à bença a negra escrava.

Vai o batuque no seu balanço,

e como um vadio em onda,

o mar sopra o zunido frio,

refrescando o corpo da cabocla...

AJ Santini
Enviado por AJ Santini em 05/04/2020
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