ESPERO QUE ENTENDA
Espero que entenda,
nada vou explicar,
o sono adormece,
passa na espuma morna,
da aguá salgada do rio,
e assim se faz luz,
pode acordar o gado,
terra germinada,
fruto que mata cede,
lava a fome do menino,
pois o choro abatido,
se nega em sua teimosia,
pede à bença a negra escrava.
Vai o batuque no seu balanço,
e como um vadio em onda,
o mar sopra o zunido frio,
refrescando o corpo da cabocla...