Na casa da vovó
O rouxinol dorme no sofá
A baratinha corre do chinelo
Janelas e portas abertas
Tem pipoca com leite
Chá para dor de garganta
Arco-íris a pedir bênçãos
Um coelhinho de barro
Em cima da mesa
Quer carinho
Menino contente
Vai passar a noite
Contando estrelas
Bolinhos de chuva
Em final de tarde
Convidam os netinhos
Tem um tesouro
No meio da casa
Escondido no sofá
Prótese num copo
Vestido no varal
Em sol de meio-dia
Escorrego na escada
Bola no telhado
Faz goteiras sorrirem
Lamparina acesa
Diz boa noite
Ao vaga-lume
O espantalho sorri
Às aves e corvos
Espantando o garoto
Um gato preto
Mia na madrugada
Enrolado num cachecol
As plantas oram
A Deus
Mais anos ao vovô
Agulha de tricô
Cochila no colo
Casaco quase pronto
A ex-escrava conta
Histórias engraçadas
Aos netinhos alegres
Quando chega mais gente
Mais água na panela
Comida farta na mesa
Aprendi a chorar
Sem timidez
Ela era meu lenço
Tenho duas cabras
Copo de alumínio
Onde tomo leite da vaca
Havia goteiras
Se chovia lá fora
Dentro também
Tem um radinho
Movido à pilha
Para ouvir a novena
Durmo de meias
Depois de ouvir
Peter Pan
Um sapo escondido
Atrás do balde
Queria um sabonete
Nas janelas flores
Dizem alegrias
Aos meninos da rua
Dia de terço
Eu rezava
Pensando no bolo
A gente guarda
Memórias vivas
Da infância alegre
O menino cria um pato
Que pode dormir
No seu quarto
Melhor lugar do mundo
Pra ser menino ou menina
Passar o dia de pijama
Onde dormem os versos
Cansados da rima livre
Depois de beijarem os poetas
Uma portinha pintada
Por borboletas azuis
Em cima das montanhas
Ser menino travesso
Correr atrás dos porcos
Sujar os pés na lama
Brincar de fantasminha
Se esconder atrás da porta
Medo de mentirinha
A melhor palavra é
Doçura
A outra é comer
Tem de tudo
Achei boneca
No velho sótão
Bolo de chocolate
Aos domingos
Netinhos pulam de alegria
Faço orações
Antes das refeições
Obrigada pelo pratão, Deus
Um mundo me conta
Histórias de bruxas
Que voavam em vassouras
O netinho lambe
A panela do bolo
Com a língua e o dedinho
A vida passa
Tranquila
Contos de fadas
O dedal esquecido
Na varanda
Traz a chuva
O pijama do vovô
Pendurado no varal
Balança com o vento
Há um menino
Cheio de mimos
Com dois corações
A gente brinca
De espalhar estrelas
No meio da casa
Tem uma vassoura
Meio mágica
Varre a sujeira rapidinho
Menina puxa dente
Com barbante
Nem dói
Menino pode
Fala fino
É criança apenas
As estrelas bailam
Ouvindo histórias
De meninas negrinhas
A gente guarda
A infância
No meio da casa
O gato malhado
Paparicado
Dorme no cesto
Os bobes da juventude
Estão guardados
No velho baú
Brinco de ser
Um milhão de meninas
Atrás das galinhas
Pintei uma galinha
Na parede da sala
Que faz có-có-ri-có
O rouxinol dorme no sofá
A baratinha corre do chinelo
Janelas e portas abertas
Tem pipoca com leite
Chá para dor de garganta
Arco-íris a pedir bênçãos
Um coelhinho de barro
Em cima da mesa
Quer carinho
Menino contente
Vai passar a noite
Contando estrelas
Bolinhos de chuva
Em final de tarde
Convidam os netinhos
Tem um tesouro
No meio da casa
Escondido no sofá
Prótese num copo
Vestido no varal
Em sol de meio-dia
Escorrego na escada
Bola no telhado
Faz goteiras sorrirem
Lamparina acesa
Diz boa noite
Ao vaga-lume
O espantalho sorri
Às aves e corvos
Espantando o garoto
Um gato preto
Mia na madrugada
Enrolado num cachecol
As plantas oram
A Deus
Mais anos ao vovô
Agulha de tricô
Cochila no colo
Casaco quase pronto
A ex-escrava conta
Histórias engraçadas
Aos netinhos alegres
Quando chega mais gente
Mais água na panela
Comida farta na mesa
Aprendi a chorar
Sem timidez
Ela era meu lenço
Tenho duas cabras
Copo de alumínio
Onde tomo leite da vaca
Havia goteiras
Se chovia lá fora
Dentro também
Tem um radinho
Movido à pilha
Para ouvir a novena
Durmo de meias
Depois de ouvir
Peter Pan
Um sapo escondido
Atrás do balde
Queria um sabonete
Nas janelas flores
Dizem alegrias
Aos meninos da rua
Dia de terço
Eu rezava
Pensando no bolo
A gente guarda
Memórias vivas
Da infância alegre
O menino cria um pato
Que pode dormir
No seu quarto
Melhor lugar do mundo
Pra ser menino ou menina
Passar o dia de pijama
Onde dormem os versos
Cansados da rima livre
Depois de beijarem os poetas
Uma portinha pintada
Por borboletas azuis
Em cima das montanhas
Ser menino travesso
Correr atrás dos porcos
Sujar os pés na lama
Brincar de fantasminha
Se esconder atrás da porta
Medo de mentirinha
A melhor palavra é
Doçura
A outra é comer
Tem de tudo
Achei boneca
No velho sótão
Bolo de chocolate
Aos domingos
Netinhos pulam de alegria
Faço orações
Antes das refeições
Obrigada pelo pratão, Deus
Um mundo me conta
Histórias de bruxas
Que voavam em vassouras
O netinho lambe
A panela do bolo
Com a língua e o dedinho
A vida passa
Tranquila
Contos de fadas
O dedal esquecido
Na varanda
Traz a chuva
O pijama do vovô
Pendurado no varal
Balança com o vento
Há um menino
Cheio de mimos
Com dois corações
A gente brinca
De espalhar estrelas
No meio da casa
Tem uma vassoura
Meio mágica
Varre a sujeira rapidinho
Menina puxa dente
Com barbante
Nem dói
Menino pode
Fala fino
É criança apenas
As estrelas bailam
Ouvindo histórias
De meninas negrinhas
A gente guarda
A infância
No meio da casa
O gato malhado
Paparicado
Dorme no cesto
Os bobes da juventude
Estão guardados
No velho baú
Brinco de ser
Um milhão de meninas
Atrás das galinhas
Pintei uma galinha
Na parede da sala
Que faz có-có-ri-có