Chuva; rosas ausentes
Chuva; rosas ausentes
Do quarto, à xícara de café,
vejo o asfalto espelhado,
pela tempestade intermitente
Durmo meu sono ocioso.
Águas desmancham a Mãe
Terra em fragmentos de dor
Desliza a terra, rola a pedra.
Cratera, aflora, engole um mundo
Exéquias de gente
Na casa, na alma sem chão,
espinhos em rosas ausentes
rasgam a pele deste povo.
Águas solapam histórias,
abrigo, sonhos e raízes no
alagado; Notícias do Jornal.
No céu cinza brilha o bem.
Mãos/ doação aquecem a lágrima
do olhar perdido no infinito.
Anjos sem asas, amor sem medida.
Neles, o” Cristo humano”, o qual
suja o pé na lama do coração do outro
O poema da moradora desolada
“ a perda é material, a emoção é luto”
Minhas pegadas inundadas.
Homem em prece, no
desamparo encontrar
a felicidade, onde parece inviável.
Fé, Esperança, Ação
Pilares do reinventar -se
na “desimportância” social e política.
Olynda Bassan