A lâmina
São cinco flechas para abrir o círculo,
pó da terra de ninguém ao que conjuro.
Sele com sangue o nome que vai lhe servir,
em sete dias o que busco será.
Minha espada é a lei,
vai começar a guerra.
Pela terra avança um rio,
nada o impedirá!
Avante ouço o grito,
tambores,tambores.
De aguardente,fumo e carne a oferenda.
Incenso,cera aos sete céus se eleva,
na encruzilhada da névoa surge a capa preta.
Uma caveira no rosto pintada,cetro de osso
gravata vermelha.
Me encara com olhos vazados,
não tive medo.
Exú rei,venho te saudar!
Desce o frio ferro,
a bainha de carne assume.
Convoco aqui a sombra da morte que para ti chamei.
Do teu esterco erva nenhuma vai surgir,queima hoje e para sempre pena
a tua alma que a Exú vou entregar,
que ele te carregue as sete terras que ninguém há de pisar.
Saciada eu rio,
é lá que vou a espada lavar,
no rio de sangue que hoje correu,e vai ao longe marulhar.