Aqui consigo ouvir o canto do granito, sempre que o vento passa e acaricia sua aspereza. Junta sua voz à dos pássaros e à de todas as criaturas que nasceram nas fragas*. O seu perfil recorta o céu, modelando castelos onde ainda vivem mouras encantadas. Graníticas escarpas, agrestes e ásperos penedos, tronos esculpidos à minha medida, onde me sinto rainha sempre que neles me sento...
No alto das serras, por entre o fraguedo, onde nascem as mais belas e raras flores, a luz do sol nascente é filtrada pela névoa que abraça os cumes mais elevados. Névoa… Sombra diáfana dos anjos, açúcar com que adoçam as manhãs do mundo e lhe conferem tons de púrpura transparentes. Ao mesmo tempo, ínfimas partículas de brilho puro dançam no ar, resquícios da noite estrelada semeada no seio da terra.
Lentamente, como se a luz tivesse peso, a coroa de névoa vai descendo, empurrada pelo sopro dos anjos para os vales, um rubro intenso cobre o horizonte, e eis que a aurora surge em todo o seu esplendor!
Não tarda, chegará o dia vestido de azul iridescente e as fragas ganharão nitidez, recortadas sobre o infinito.
Aqui, nestes paraísos, no alto de cada serra, a maravilha repete-se todas as manhãs e a beleza abençoa os madrugadores que se atrevem a desafiar o frio da madrugada.
(*Fraga: pedra de grandes proporções, rocha, penhasco, penedo, escarpa)
(Fotos tiradas pela autora na sua terra natal, no norte de Portugal)
No alto das serras, por entre o fraguedo, onde nascem as mais belas e raras flores, a luz do sol nascente é filtrada pela névoa que abraça os cumes mais elevados. Névoa… Sombra diáfana dos anjos, açúcar com que adoçam as manhãs do mundo e lhe conferem tons de púrpura transparentes. Ao mesmo tempo, ínfimas partículas de brilho puro dançam no ar, resquícios da noite estrelada semeada no seio da terra.
Lentamente, como se a luz tivesse peso, a coroa de névoa vai descendo, empurrada pelo sopro dos anjos para os vales, um rubro intenso cobre o horizonte, e eis que a aurora surge em todo o seu esplendor!
Não tarda, chegará o dia vestido de azul iridescente e as fragas ganharão nitidez, recortadas sobre o infinito.
Aqui, nestes paraísos, no alto de cada serra, a maravilha repete-se todas as manhãs e a beleza abençoa os madrugadores que se atrevem a desafiar o frio da madrugada.
(*Fraga: pedra de grandes proporções, rocha, penhasco, penedo, escarpa)
(Fotos tiradas pela autora na sua terra natal, no norte de Portugal)
PARAÍSOS FLORIDOS
Paraísos floridos
Sorriem e fazem sorrir
Os sentidos.
Ana Flor do Lácio