EXTRAÍDOS DO POVO
EXTRAÍDOS DO POVO
O surgimento é sempre da mesma forma:
Inicialmente, contestam os atuais.
Depois passam a julgá-los.
Os adjetivos são inúmeros:
ladrão, corrupto, mentiroso,
cara-de-pau, preguiçoso, etc.
Quando começa a falar demais,
é tido como corajoso,
que passa a desafiar a tudo
e a todos.
Surge aquele fervor,
aquela vontade máxima
de consertar tudo.
Seguido de aplausos e apoio.
A animação popular
faz inundar a mente.
Filia-se, candidata-se,
visita os mais infinitos buracos sociais,
anota todas as mazelas, pois sabe
que depende do conhecimento destas,
para tê-las como lema de campanha.
Nós, eleitores, sentimos machucados,
devido a tantos abraços fortes,
nas vezes que saímos às ruas
em período eleitoral.
Até parece que fomos campeões
em alguma competição
pra merecermos tantos abraços!
Enfim,
consegue ludibriar o povo
com discursos artisticamente lindos.
Chega o dia “D”.
Saio do meu lar.
Enfrento aquela fila maldita,
escoltado por idiotas,
ombro a ombro,
como se no dia da votação,
eu ainda estivesse sem escolha.
E que maldita escolha!
Aquele(a) candidato(a),
independente do meu voto,
é eleito(a).
Agora ele(a) não conhece mais a gente.
Não sabe o que é pobreza,
desconhece a importância da educação,
não tá nem aí pra violência, pras drogas,
não enxerga os direitos das crianças,
adolescentes, deficientes e idosos.
Entrega-se ao dinheiro,
como quem vende sua alma.
Agora não há mais discursos
(também não há necessidade),
Só enxerga duas coisas:
dinheiro e viagens.
Projetos? Só pessoais!
Surge do povo.
É eleito(a) pelo povo.
Deve governar para o povo.
Melhorar a vida do povo.
Mas entra ano e sai ano,
e começa tudo de novo!
E não adianta,
alguém chamado Jesus se candidatar,
pensando que confiarei nele.
Acredito, sim, no Jesus que se fez homem
habitou entre nós
e que foi registrado no livro da vida sem fim,
mas jamais no humano, registrado como Jesus,
em qualquer cartório por aí, mortal como eu.
Não pensem que me enganam mais!
Já cansei de promessas!
Quero ver ações, com bons
e expressivos resultados.
Nota: da mente para o papel,
na Semana da in”DEPENDÊNCIA DO BRASIL”.
GILVANIO CORREIA DE OLIVEIRA
ITANHÉM-BA, 02/09/2010