CORVO AFRICANO
Ave predadora
Espécie invasora
Ameaça aos manguezais
(Poetrix inspirado no artigo do jornal "A Tribuna" de Santos em 17/01/2010 que segue abaixo.)
Ave predadora
Espécie invasora
Ameaça aos manguezais
(Poetrix inspirado no artigo do jornal "A Tribuna" de Santos em 17/01/2010 que segue abaixo.)
Espécies invasoras
Corvo africano ameaça colônias de aves na Baixada Santista
Marcus FernandesUm corvo de origem africana, encontrado na Baixada Santista, é uma das mais novas ameaças à biodiversidade brasileira. A ave faz parte do que os cientistas chamam de espécies invasoras, ou seja, que não são nativas de uma região. Hoje, elas são a segunda maior causa de extinções no mundo, perdendo apenas para a destruição de habitat.
De acordo com biólogos que acompanham o caso, o corvo deve ter chegado ao Brasil por meio de navios oriundos da costa ocidental africana, seja como animal de estimação ou como ‘clandestino’.
Como agravante, um estudo recém-concluído indica que a ave já se reproduz na região. Por ser um predador, o corvo africano (Corvus albus) é uma ameaça direta à avifauna que habita os manguezais da Baixada Santista, composta por mais de 250 espécies, tais como o guará vermelho, sob risco de extinção no Sul e Sudeste do País.
Um caso raro
O primeiro registro foi feito pelo biólogo Bruno Lima, na zona portuária de Santos, em 2004. Desde então, ele e os ornitólogos Robson Silva e Silva e Fábio Olmos passaram a monitorar a espécie.
“É um caso raro, o primeiro registro do gênero no Brasil e talvez em toda a América do Sul”, afirma Robson. “Tudo indica que ele está se reproduzindo”. A Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA) vem monitorando a ave na região.
“Por enquanto a população é pequena”, afirma o especialista ambiental da SEMA, Jefferson Rodrigues Tankus. Ele explica que em certos casos, se torna impossível erradicar um invasor. “Um exemplo são os pombos. A opção hoje é controlar essa população”.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, estima-se que as espécies invasoras estejam espalhadas por 18 estados, além de diversos pontos da zona costeira. São plantas e animais, assim como seres vivos microscópicos, distribuídos fora da sua área natural, de forma acidental ou intencional.
Ao se reproduzirem, apropriam-se do espaço, da água e dos alimentos das espécies nativas, podendo comprometer a sua sobrevivência. Além disso, em alguns podem transmitir doenças.
Exemplos
A situação chegou a tal ponto que em 1997 a Organização das Nações Unidas criou o Programa Global de Espécies Invasoras, alertando para o perigo que representam para o equilíbrio ecológico. Exemplos não faltam.
No Brasil, um dos casos mais emblemáticos é o do caramujo-gigante-africano. Originário do nordeste da África, ele entrou no Brasil na década de 1980, como suposta opção à criação de escargot. Disperso na natureza, em pouco tempo se transformou em uma praga, destruindo plantações e disseminando moléstias.
Caminho semelhante teve o sapo-cururu. Ele saiu da América em 1935 e foi levado para a Austrália. O objetivo era combater besouros que destruíam plantações de cana.
Não deu certo. E pior: venenoso, ele se adaptou tão bem ao clima que já é possível encontrá-lo em densidades até dez vezes mais elevadas do que na América do Sul.
Mas são as plantas, segundo a ONU, representam hoje o maior número de espécies invasoras. O pinus, nativo do hemisfério Norte, representa hoje, ao lado do asiático eucalipto, nada menos do que 97% das florestas ‘plantadas’ para obtenção de papel e celulose no Brasil. Seu cultivo intensivo, porém, pode alterar a acidez dos solos e inviabilizar a sobrevivência de animais, entre outros impactos.
- Dados alarmantes
As espécies exóticas invasoras já contribuíram, desde 1600, para o desaparecimento de 39% das espécies de animais extintos por causas conhecidas, segundo dados da Convenção sobre Diversidade Biológica (ONU). Mais de 120 mil espécies exóticas de plantas, animais e microrganismos já foram registradas em seis países: África do Sul, Austrália, Brasil, Estados Unidos, Índia e Reino Unido. Nesses países, estima-se que a perdas econômicas decorrentes da introdução de pragas nas culturas, pastagens e nas áreas de florestas sejam de US$ 250 bilhões-ano. Estimativas globais giram em torno de US$ 1,4 trilhão de dólares de prejuízos anuais, o que representa cerca de 5% da economia global.
De acordo com biólogos que acompanham o caso, o corvo deve ter chegado ao Brasil por meio de navios oriundos da costa ocidental africana, seja como animal de estimação ou como ‘clandestino’.
Como agravante, um estudo recém-concluído indica que a ave já se reproduz na região. Por ser um predador, o corvo africano (Corvus albus) é uma ameaça direta à avifauna que habita os manguezais da Baixada Santista, composta por mais de 250 espécies, tais como o guará vermelho, sob risco de extinção no Sul e Sudeste do País.
Um caso raro
O primeiro registro foi feito pelo biólogo Bruno Lima, na zona portuária de Santos, em 2004. Desde então, ele e os ornitólogos Robson Silva e Silva e Fábio Olmos passaram a monitorar a espécie.
“É um caso raro, o primeiro registro do gênero no Brasil e talvez em toda a América do Sul”, afirma Robson. “Tudo indica que ele está se reproduzindo”. A Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA) vem monitorando a ave na região.
“Por enquanto a população é pequena”, afirma o especialista ambiental da SEMA, Jefferson Rodrigues Tankus. Ele explica que em certos casos, se torna impossível erradicar um invasor. “Um exemplo são os pombos. A opção hoje é controlar essa população”.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, estima-se que as espécies invasoras estejam espalhadas por 18 estados, além de diversos pontos da zona costeira. São plantas e animais, assim como seres vivos microscópicos, distribuídos fora da sua área natural, de forma acidental ou intencional.
Ao se reproduzirem, apropriam-se do espaço, da água e dos alimentos das espécies nativas, podendo comprometer a sua sobrevivência. Além disso, em alguns podem transmitir doenças.
Exemplos
A situação chegou a tal ponto que em 1997 a Organização das Nações Unidas criou o Programa Global de Espécies Invasoras, alertando para o perigo que representam para o equilíbrio ecológico. Exemplos não faltam.
No Brasil, um dos casos mais emblemáticos é o do caramujo-gigante-africano. Originário do nordeste da África, ele entrou no Brasil na década de 1980, como suposta opção à criação de escargot. Disperso na natureza, em pouco tempo se transformou em uma praga, destruindo plantações e disseminando moléstias.
Caminho semelhante teve o sapo-cururu. Ele saiu da América em 1935 e foi levado para a Austrália. O objetivo era combater besouros que destruíam plantações de cana.
Não deu certo. E pior: venenoso, ele se adaptou tão bem ao clima que já é possível encontrá-lo em densidades até dez vezes mais elevadas do que na América do Sul.
Mas são as plantas, segundo a ONU, representam hoje o maior número de espécies invasoras. O pinus, nativo do hemisfério Norte, representa hoje, ao lado do asiático eucalipto, nada menos do que 97% das florestas ‘plantadas’ para obtenção de papel e celulose no Brasil. Seu cultivo intensivo, porém, pode alterar a acidez dos solos e inviabilizar a sobrevivência de animais, entre outros impactos.
- Dados alarmantes
As espécies exóticas invasoras já contribuíram, desde 1600, para o desaparecimento de 39% das espécies de animais extintos por causas conhecidas, segundo dados da Convenção sobre Diversidade Biológica (ONU). Mais de 120 mil espécies exóticas de plantas, animais e microrganismos já foram registradas em seis países: África do Sul, Austrália, Brasil, Estados Unidos, Índia e Reino Unido. Nesses países, estima-se que a perdas econômicas decorrentes da introdução de pragas nas culturas, pastagens e nas áreas de florestas sejam de US$ 250 bilhões-ano. Estimativas globais giram em torno de US$ 1,4 trilhão de dólares de prejuízos anuais, o que representa cerca de 5% da economia global.