Palavras....
Palavras...
Delasnieve Daspet
I
O tempo é muito caro e não custa nada...
Passa num segundo
Depois que passa, não tem volta.
II
Escuridão, vela acesa,
clareando a saudade
que se aproxima lentamente.
III
Algo floresce
em minha mente,
faz brilhar o olhar.
IV
E, eu vi.
No silencio da solidão, eu vi,
o azeviche do teu olhar!
V
as estrelas,
qual pirilampos,
luzem no olhar escuro da noite!
VI
Hoje,
Um novo início, uma nova flor,
Lótus.
VII
Num crescendo,
a palavra que não pronuncio,
dolorida, desce líquida...
VIII
no vazio do silêncio,
somem, solitárias,
lágrimas solidárias.
IX
Abro os braços,
em minha mente
a noite sussurra.
X
O azul da retina se confunde
com o azeviche do petróleo
a seis mil metros no fundo do mar.
XI
pré-sal, com-sal, ogivas, sem-sal, bumerangs,
são fatos que me espreitam
ainda que me esconda.
XII
Olhos abertos,
desmensuradamente,
Onde eu vou, lá estão eles!
XIII
O tempo,
de repente,
fica retido aos meus pés....
XIV
Tanta coisa a ser dita,
o poema toma conta, nasce pronto,
na alcova, o delirio.
XV
Luz branca no espectro de cores,
de vidro ou cristal,
forma de prisma, triangular.
XVI
Exilei meu eu,
ja não sou em mim; no interior,
busquei outra maneira de ser.
XVII
Quem sou?!
na chama que me chama,
ainda me assombro!
DD_Campo Grande-MS, 25 de setembro de 2009