A Visita
Convidou-me o eu a entrar
Assim pôde mostrar-me seus cômodos.
incômodos
Sua sujeira debaixo da cama. Suas paredes
escadas
descascadas
pelas ranhuras que eu fiz.
Desculpe, digo eu ao Eu...Ah essa minha mania de transformações
borrões
ações
Sou você também. Mas você não me vê.
Há uma bolha entre nós
Olha! Quanto eu há em você
Tanto você há em mim
Mas você não me vê
Crê
Mas sou Eu você todos e o não eu e não você juntos. Sou arquê
Sou arquê. psiquê
psiquê Malarmè Malarmè
Quanta luz aqui paira. Apolo. Adônis
Cônscio local
Os minotauros não gostariam daqui.
Precisam de labirintos e escuridão.
Estão famintos de pão
Deixei uma poça no quarto de dormir.
Mergulhe quando puder.
Houver entrada saída Houver entrada saída
Há ardor Rimbaud
torpor
O anfitrião sorri. Aprecia a ilustre visita.
O curioso visitante prossegue pelas sombras no caminho.
Ele guia-se por elas na busca pelo caminho de onde veio.
Caminho onde veio
Há cortinas. Fitas transparentes de cor acinzentada.
Vidros embaçados e venezianas ofuscam a luz.
Parecem focos de luz em um lago ermo
Lago calmo
morno
O centauro o aguarda no lago à noite. Vá só.