A Visita

Convidou-me o eu a entrar

Assim pôde mostrar-me seus cômodos.

incômodos

Sua sujeira debaixo da cama. Suas paredes

escadas

descascadas

pelas ranhuras que eu fiz.

Desculpe, digo eu ao Eu...Ah essa minha mania de transformações

borrões

ações

Sou você também. Mas você não me vê.

Há uma bolha entre nós

Olha! Quanto eu há em você

Tanto você há em mim

Mas você não me vê

Crê

Mas sou Eu você todos e o não eu e não você juntos. Sou arquê

Sou arquê. psiquê

psiquê Malarmè Malarmè

Quanta luz aqui paira. Apolo. Adônis

Cônscio local

Os minotauros não gostariam daqui.

Precisam de labirintos e escuridão.

Estão famintos de pão

Deixei uma poça no quarto de dormir.

Mergulhe quando puder.

Houver entrada saída Houver entrada saída

Há ardor Rimbaud

torpor

O anfitrião sorri. Aprecia a ilustre visita.

O curioso visitante prossegue pelas sombras no caminho.

Ele guia-se por elas na busca pelo caminho de onde veio.

Caminho onde veio

Há cortinas. Fitas transparentes de cor acinzentada.

Vidros embaçados e venezianas ofuscam a luz.

Parecem focos de luz em um lago ermo

Lago calmo

morno

O centauro o aguarda no lago à noite. Vá só.

MJ Minos
Enviado por MJ Minos em 12/08/2008
Código do texto: T1124987
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