A Tarde Morre
A tarde morre, agonizando,
O sol abandona os campos vistosos
No ocaso mergulhando
A imensa águia da vida
Suas asas cintilantes verga, e se dirige
Ao oriente meditador.
A falta de reflexão, somada à noite
Faz brotar agora de meu peito
A mais profunda treva,
Enquanto no místico oriente
Um dançarino espiritual dança
Ao som do mais celestial compasso.
A luz que tão longe se espalha!
Ah! Ela não sabe fingir a si mesma,
E não sabe tecer loucos devaneios
Como a virgem incauta, o cálido poeta
E os amantes da dúvida.