rotas

Caminhos que vao por sete destinos, ou mais bem, nem tao sequer caminho.

Outras vidas.

Rios de suor, rios de gente, sangue nos rios. Às noites sonos, sonhos descidos ao mar, ontem foram destas ondas praia.

E tu a olheres para mim como seu pudesse solucionar tanta dor na humanidade, por ai fora, nas costas retida.

O vagabundo desistiu e com ele se deu exemplo para gente malpocriar, explorados dignamente antes da na miséria explorar o medo: mentem, e nos mantenhem vivos.

E graças a elo vendemos o corpo, a frente em água luzir por um pedaço de pao mais ao dia, no juizo que afinal traz um outro dia mais por eles mal pago.

Agora viram luzes nos olhos e ilusao de trocar rendimentos netos por um alivio em forma de cerâmica, móvel, automóvel ou metal reluzentemente diferente a tantos dos que provem, sem nós saber, da mesma unidade. Vem, qual variadas sao as joias e a bondade para vivermos letargias mais cegas.

- Vês as nuvens?

- Ouço os sinos

-... eu às vezs persigo ruas, outras ruas a mim...

- ... é que às vezas as pedras tornam-se homens, e os hombres sombra, e a sombra cansanço.

Ou dor.

- Foi que eles roubaram nossa alegria

- foi a alegria que nos venderam a que alma nos roubou.

Eles que trabalham para devorar as visceras, logo o coraçao. Nao permiteremos.

Semeiam nascenças faltas. Inventam um dia, e a seguir um ano, e logo trocam a cor, o aroma dos seculos.

Teremos memoria. Nao o permitiremos.

- Tomei seu licor

- Tenho seu fumo em meu peito.

A alma suja, os amigos em noite acomodados.

Nao permitiremos. Pintaremos de novo a velha paisagem.

- Mas eles repartem esquecemento

- Vendem sumos que entontecem

Cercam lucida fugida.

De esta forma vencidos sempre tornamos: porque em realidade nunca partimos. E para onde quer que vaiamos vai conosco a vida antiga: o petroleo do bairro, a lenta fadiga, o medo a avantar, a ferro gravado no alivio proibido.

A dor continua de cabeça e o estomâgo dorido: ofegantes.

Nao permitiremos.

Por que nos habituaram a vever desde crianças a barbarie, pensamos impossivel...

Tornamos a acomodar-nos numa vida nao vivida, aceitando por normal, a incorporada anormalidade de: eles na cima, nos abaixo. Eles com recursos, nós recusados. Eles na oportunidade, nós inoportunos.

Nao permitiremos.

Que nos façam creer que nascimos para seu serviço.

Nao permitiremos que pensem por nós qual vai ser o nosso destino. Nem que interiorizemos inferior o que foi falta de auxilio.

Eles querem assim: infelizmente infelizes, para possuir nosso dominio. Estragam o poder da nossa alma, esvaziam a energia vital que quebra seus limites. Aleijados sorrimos antes eles: nossos deuses, vindos a mundo para serem nossas guias.

Comprazentes nao ficaremos assumindo sua mentira.

- Penso no rio

- Sendo pequeninos vimos crescer em nós um rio, mais profundo, mais profundo, claro, intuitivo.

-.. A ele havemos voltar.

Derrubaremos a murada imaginaria aprendendo a desaprender as mentiras que nos conquistam: ajoelham nossa partida, a confiança de poder, navegar em águas crescidas.

- Procurarei a essência.

- Crescer ei como ser para escrever meu livro

- Devo conhecer o meu proprio limite.

- Vencer os limites que eles tornaram reja a redor da minha retina

Caminha, sangue caminhando.

Ha uma rota certa. Chegar é teu destino

As maos cravadas ao peito, o coraçao vencido, os pés a desfalecer. Ainda assim, mesmo fazer camiho.

Eles escrevem a ruga na pele, falam por nós, decidem nossa lingua.

Mesmo assim camimha.

Ha uma rota certa, chegar a ela é teu destino.

Vem demo-nos a mao... um e mais outro, e mais outro e outros miles... Podemos continuar, sempre ha de haver inumeros campos abertos a vida...