Amor, martírio vicioso.

E derramar na folha branca o sentimento

Como sangue do coração desmantelado

Manchando as margens com um eu amargurado

Tingindo as linhas com meu triste passamento.

Expor com ira o amor imaculado

Desmascarando sua face mentirosa

E nele anexar vergonha desonrosa

De alguém que em seu engenho foi marcado.

Deixar correr e escorrer no comprimento

Em cada centímetro meu tempo amofinado

E que por mim fale o desgarrado

Que se viu louco ao encarar os teus tormentos.

Amor macabro que me fere mesmo a alma

Que me atrai com engodo deleitoso

Que me mata como assassino habilidoso

E renasce casto em esperança que se espalma.