Poema "O Deus de Nietzsche"
O DEUS DE NIETZSCHE
Para Friedrich Wilhelm Nietzsche (In Memoriam)
Há um Deus em Nietzsche
Que nega a invenção de um deus venal
E na sua lucidez-loucura setecentos e vinte graus
Acena-nos com um outro Deus verdadeiro, o Sem Nome, O Que Fez
Que na orquestra natural das energias potencializadas
Dispensa apresentações do tipo “o inicio, o meio, o fim”.
Há um Deus em Nietzsche
Que não professa religião humanizada
Mas é pluridimensional na tábua de esmeraldas da vida
Soma conosco, está em nós; somos sua imagem e semelhança
Divinizado num não-lugar, o não estar; um espírito
Dentro de nós como um refúgio e uma fortaleza no átomo.
Há um Deus em Nietzsche
Muito além das fogueiras de vaidades
Da concepção antagônica do deus judaico-cristão de pólo vegetativo
Porque o verdadeiro “Ele” é um Não-Ser compondo um santuário
Que se revela aos poucos a partir de sua alma-árvore líquida
Muito além do sol e muito além dos templários efêmeros
Há um Deus em Nietzsche
Que foi, que está; que é e no devir se apresenta em luz
No infinito particular de nosso caos de ignóbeis santerias telúricas
Como fruto do “Ele” nos parecemos em rios cósmicos e estrelas binárias
Por isso O devemos edificar em nós com nossas obras
Porque ser-estar-permanecer em Deus também é sê-Lo.
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Silas Correa Leite – Estância Boêmia de Itararé-SP, Cidade Poema
Poema da Série “Para Não Dizer Que Não Falei de Flores”
E-mail: poesilas@terra.com.br
Site: www.itarare.com.br/silas.htm