DENTRO DA NOITE (*)

“Alguém, amarrado a este grandioso tronco,

nem pode contar a surda história a seus pés entrelaçada

nem ousa pedir a flor, a estrela, o vento, o pássaro,

a luz derramada no alto, e guarda na sombra

a cabeça melancólica,de olhos vertiginosos,

mas de imobilizado lábio.”

- Cecília Meireles

Mas dentro da noite,

as azaléias se abrem

como frágeis mãos,

porque eternas.

E há um cantar sobrehumano

pelo bosque que se forma

da própria vida que não dorme,

que não tem normas.

Lirismo, silêncio...

Devoção.

A esse bem mais vivo,

oferenda do eu superior

a um chão sagrado,

para que esses sábios ventos possam

renovar o amor.

(*) re-edição

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 04/05/2008
Reeditado em 03/06/2011
Código do texto: T975278
Classificação de conteúdo: seguro
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