UM PRESÍDIO DENTRO DA GENTE

Adentrando de penetra

na tua festa.

Você me recebe com mãos pequenas.

Eu arrombo o cadeado

da cadeia da tua casa.

Ali no canto

eu espalhei oportunos versos.

Sem controvérsias

você me pega pra uma conversa

E eu te pago um sorvete de papoula.

Viajamos até as galáxias

ou até o sítio

do seu Tio Adamastor.

Eu te cobri

de folhas molhadas.

Enquanto nós rolamos nos ramos e nas gramas.

Seus olhos ingênuos

tilintam feito colibri.

E a vida parece que nos dá um brilho

chamuscante

chamando para tontearmos

em alguma roda-gigante.

Bem na verdade

nosso sono acordou

o sonho que então se apagou

e continuamos assim

trancafiados nesse mausoléu.

Esperando qualquer força surdir

e nos levar para o léu de algum céu.

FELIPE REY

Felipe Rey
Enviado por Felipe Rey em 01/05/2008
Código do texto: T969690