UM PRESÍDIO DENTRO DA GENTE
Adentrando de penetra
na tua festa.
Você me recebe com mãos pequenas.
Eu arrombo o cadeado
da cadeia da tua casa.
Ali no canto
eu espalhei oportunos versos.
Sem controvérsias
você me pega pra uma conversa
E eu te pago um sorvete de papoula.
Viajamos até as galáxias
ou até o sítio
do seu Tio Adamastor.
Eu te cobri
de folhas molhadas.
Enquanto nós rolamos nos ramos e nas gramas.
Seus olhos ingênuos
tilintam feito colibri.
E a vida parece que nos dá um brilho
chamuscante
chamando para tontearmos
em alguma roda-gigante.
Bem na verdade
nosso sono acordou
o sonho que então se apagou
e continuamos assim
trancafiados nesse mausoléu.
Esperando qualquer força surdir
e nos levar para o léu de algum céu.
FELIPE REY