PEQUENO DIABO
“Venha a nós,
pequeno Diabo...”
diz o feiticeiro,
que é todo treva,
que é todo Mal.
E o feiticeiro
Exclama, matreiro:
“O Diabo chegou!...”
tudo é fantasia
é pura magia,
loucura infernal.
Sombras escuras,
Na escura floresta,
Exclamam seus “ais!”
E o Pequeno Diabo
Não aparece...
Pois a magia
do feiticeiro
É só fantasia,
que só ele vê.
É só ele que fala
Com o Filho do Mal.
E o feiticeiro,
com máscara horrenda
E rosto pintado
Fingindo amargura
Segue chamando
O Filho do Mal...
O feiticeiro,
Astuto, matreiro,
Invoca o Diabo
E as forças do Mal.
Os gestos que faz,
A mágica prece
É feita de medo,
É toda ela horrenda
Assim como é Sombra
Seu Mestre e seu Pai
O Grande Diabo
(O Pequeno Diabo,
Maldito diabo,
É dele que sai.)
Porém sendo treva
De máscara-medo
Exclama de novo
“Pequeno Diabo...”
diabo faz medo
medo faz Feiticeiro
há medo maldito
na escura floresta...
Pequeno diabo,
o mago maldito,
te cria, te invoca...
Cruel feiticeiro,
teu povo que treme,
por medo, tem fé...
O mágico assusta,
herdeiro do Mal,
exclama soturno:
“Pequeno Diabo...”
na escura floresta
demônios do Mal,
exclamam risonhos
na noite, encobertos,
“Pequeno Diabo,
herdeiro do Mal...”
E a tribo, assustada
das trevas selvagens
exclamar não podem,
murmuram tremendo:
“Pequeno Diabo!...”
E o rumor se repete,
nas asas do vento,
levado no eco
A todo o lugar:
“Pequeno Diabo,
Pequeno Diabo,
pequeno diabo...
pequeno diabo...
pequeno diabo...”
Murmuram-no a medo
Exclamam-no em gozo
Repetem-no mortos
O vento e o Eco...
Regente do coro
É o horrendo Pajé:
“Pequeno Diabo,”
maldito, das trevas,
demônio criado
por força do medo,
por força da fé...
Então... amanhece!
Irradiam a Luz
Os raios do sol...
O povo se espanta
Alguém, longe, canta
Um suave cantar...
São pássaros doces
São flores abrindo
E vêm um Menino
Que os quer abraçar...
O Mago está morto!
Em sangue banhado
Cruel feiticeiro
E horrendo Pajé...
Diabos sumiram
Maldade se foi:
Há uma força maior
Que espanta o terror
E fala, apenas,
De um Deus que é Amor...
O Menino vem vindo
Os braços abrindo
Vem Ele sorrindo
–Não quero ver dor...
Sacrifícios não quero,
Eu quero Louvor!...
A luz predomina
Ao horrendo cantar!
Diabo chamado,
O cruel feiticeiro
Veio buscar!
O medo se esvai...
A máscara cai.
O Menino sorri
E se abraça no povo:
–Por ti Eu morri!
A Morte eu venci!
Cantemos de novo
Sem medo, o Amor!...
– O medo não vai
Curar corações!
O ódio não vai
Superar orações!
Sejam felizes!
Perdôo os deslizes!
Não tenham mais medo!
Só há um segredo:
Unir nossas mãos
Num só coração,
Pois somos Irmãos!...
A vitória do Amor
Supera a dor!
Supera o terror!...
O Menino de Amor
O medo venceu
E à Terra desceu:
- É o Salvador!...
.......................................................
Nota da Autora: quaisquer semelhanças com práticas mágicas ou religiosas é mera coincidência. Respeito todas as manifestações de fé. Apenas creio que, o Amor que vem de Deus, revelado em Jesus Cristo, pelos dons do Espírito Santo que vive em todos nós, é a MAIOR FORÇA que existe! E que o Amor de Deus não nos leva a crer por medo, mas a crer por Amor! Leva-nos a crer mesmo sem esperar uma recompensa, mas por um ato livre e consciente de um Amor incondicional...
Respeito, porém, todas as opiniões contrárias.
........................................................................