ABAJUR AZUL

Que encantos tem a noite de mistérios e magia;

 

Luz e sombra, frio e calor.

 

Sensações, fantasias.

 

Gostosa delícia de aromas,

 

Encontros fugazes, escondidos, marcados

 

Onde um ao outro se derramam.

 

Se amam...

 

Sorrisos, lamentos, juras de amor

 

Abraços cansados, apertados,

 

Beijos doces, molhados, suaves, com furor

 

No palco da noite o espetáculo inebria

 

Quando a brisa suave do anoitecer

 

Traz em refinada alegoria

 

O perfume do imponente manacá em flor.

 

Em matizes de roxo, lilás e branco

 

Elevam-se as almas em fulgor

 

ruflando na ânsia louca de um encontro.

 

Um corpo inerte  amarrado  num banco.

 

Adormece e sonha.

 

No primeiro ato.

 

A viagem  começa no tempo e espaço

 

Sinto um cheiro de mato

 

Inebriando o aroma da noite.

 

Olhos  perdidos

 

Procuram-se em desesperado açoite

 

No céu  infinito, muito escuro.

 

Encontram-se nas estrelas cintilantes

 

Que determinam o caminho percorrido

 

Do vôo das almas  errantes

 

Olhos que mal podem vê-las

 

Banhados que estão pela correnteza

 

De suas próprias emoções

 

Misturam-se às estrelas

 

Em  rápidas convulções

 

E  extasiada    presteza

 

 

Transbordam borbulhas de nostalgia

 

Em suspiros delirantes

 

gotejam partículas resplandecentes de alegria

 

Com gemidos e afagos suplicantes.

 

Pois que uma alma da outra é amante

 

Uma a outra acolhe o pranto

 

Acariciando  a melancolia.

 

Fim do  ato.

 

Desato.

 

O corpo adormecido no  banco

 

Sob o abajur azul diáfano  da lua.

 

Embalado pelo vento de um sonho

 

Eu arremato.

 

Ele continua.

.

 

RosanAzul
Enviado por RosanAzul em 05/04/2008
Reeditado em 05/04/2008
Código do texto: T932613