AO SOL DO ANOITECER



A luz desse ocaso
entra pelos escaninhos
de minha alma.
E sou essa folha adormecendo
entre os musgos,
filha de tantas raízes fendidas
pelos terremotos da vida
e os ventos dos crepúsculos.

Tenho um gosto de eternidade na boca.
E um coração feito nuvem,
espargindo-se pelos céus.

Desmembrado em branco e gris
mas dourado pelo poente,
harmonizando
certezas incoerentes
para ser, do meu próprio
 anoitecer,
água, vida... raiz.








(Foto: Eduardo Bittencourt Pinto)

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 04/04/2008
Reeditado em 03/06/2011
Código do texto: T931313
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