Quero a lua cheia plena em minha estrada
A escuridão
Sombras da noite fria repudiam o feixe de luz
Abusado.

Desafia as trevas por puro capricho:__Não ouse enfrentar a lua
Danças, cânticos e rituais
Festejam, cultuam, deixam-se encantar
Impassível e cortante como o afiado Arame que me ata.

Silêncio curvo.

Dona da festa, instiga, obriga, lança tormentos e alento
Oculta, revela. Aponta e desponta.
Criaturas vorazes vagam sem rumo
Poetas sem métricas no útero voraz,vociferam luzes
Bêbados lúcidos quebram garrafas nos próprios punhos,bebem estrelas invisíveis e duplas

Pintores em abstratos auto-rabiscos
Loucos cultivando camisas de renda em canteiros abandonados
Excluídos pela sorte de dados viciados

Amantes mal-amados no fogo da sordidez
Divas no divã exibindo feridas em carne viva
Medusas petrificadas em mingau d´agúa.
Divertida, observa seus filhos.
Os que não se submetem, comprometem e nunca negam a própria essência
Giselle Sato
Enviado por Giselle Sato em 24/03/2008
Reeditado em 30/08/2018
Código do texto: T914498
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