A beleza e suas proezas...
O belo nem sempre está à mostra
É preciso vê-lo... Bem além do rótulo
Ele tímido pouco aparece e demonstra
Por vezes às sombras de um colo
Porque ele muitas vezes se esconde
E não é só com os olhos que se pode vê-lo
Há que ter valores... Sintonia em percebê-lo
Ele é sutil... Nasce dentro de ti e aí se mostra
E é exuberante quando perfila e se prostra
Transcende a uma simples imagem
Está moldado e reluz como miragem
Mas quando aparece ali na paisagem...
Todo o resto ganha contornos lépidos
Interliga o espírito e a alma iluminada.
É raro quem não fique logo tocado
E ao mostrar a sua face mais delicada...
Manda seus sinais à mente encantada
É o mesmo que apreciar uma obra de arte
Fica-se assim como se estivesse possuído.
Ao captarmos a 'pedra de toque' esculpida
Da lapidar e extemporânea criação do gênio
E são múltiplas às suas inusitadas facetas
Daria para criarem-se vários compêndios
A se gritar pela boca de anjos e trombetas
Que ao chegar parece parar até o tempo
O espaço em volta é quase todo absorvido
Só há foco para o instante mágico apreciado
Que pode ser febril... Veloz ou até demorado
Mas há que se estar atento e bem preparado
Para recebê-lo... Com majestosas honrarias
No deleite ou deguste das melhores iguarias
Não pense você que é privilégio dos nobres
Porque só os corações simples e sinceros...
Tem o poder de receber desse valioso cobre
Os plenos e repletos do amor mais singelo
Possuem essa capacidade de ver e reter...
O belo e a beleza são filhos da mesma essência
Daquilo que foi filtrado das mais finas fragrâncias
Que o fino olhar e apurado trato souberam conter.
Embelezando as relações e a vida em abundância.
Hildebrando Menezes