Corpo de um horizonte
Linha do etéreo
Contorna as horas de azul
Leva para bem distante
O nosso olhar
Aceno da imensidão,
Horizonte, és no vento
Alma esparramada,
Reflexo de um pensamento
Um pássaro acorda o dia
Que dormia no teu colo de marfim
O sol no ocaso vai romper suas fronteiras
Verticalmente
E o luar, ó horizonte!
Surgirá das tuas entranhas
Plagiando o teu silêncio
Perseguindo teus lânguidos limites
Corrompendo o teu fervor
E passará a fria e descendente madrugada
E sempre estarás tu
Imponentemente abóbada espalhada
Estátua abstrata
Corpo de um horizonte.