INCANDESCENTE

Não à um olhar vago e morto.

Não às faíscas que a vida

deposita no rosto.

Não à saudade negra

que não avisa

e chega.

Quero o olhar ardente

que passeia pela realidade,

que não seja doente

de sonhar efemeridades.

Quero os combates do coração

entre o sonho e a razão.

E sair sem medo, pela noite escura,

buscando estrelas

num caminho de ternura.

E que essa aparencia de miragem

não me assuste mais no espelho

porque esse olhar vai incendiar

toda a dor dessa paisagem.

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 27/02/2008
Reeditado em 03/06/2011
Código do texto: T878744
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