HOLOCAUSTO

A fogueira ardia impetuosa

na noite escura e descabelada...

Meus pensamentos estavam chorosos

amarrotados e jogados no chão.

As estrelas não estavam polidas.

Com desleixo o vento arrotava

nas brasas, seu hálito incolor e suado.

O dragão da solidão bramia palavras

desconexas nas àrvores amedrontadas.

Era medonho o momento escuro degradê.

A sovela do destino esburacava as lembranças

deprimidas de um passado borrado no céu.

Peças esbranquiçadas de um verso flutuavam

soltas da poesia que chorava despedaçada.

Era noite de breu, sem nunca ter tido dia na vida.

Noite pura na amarga depressão que ficou.

As lágrimas saltaram da cara sem atavios da

madrugada que por ali passava cabisbaixa.

Aos berros o opróbrio definhava insólito

e a desesperança recalcada escorria ao derredor.

O poeta por ter perdido o seu amor,

fez um feixe de seus poemas e sonhos, alquebrados

pela dor e pela hipocrisia que encontrou.

E na fogueira crepitante os ofereceu em...

Holocausto!

SALVADOR, 24/02/2008

Barret.