COTIDIANO - I

Já viví muito e não escondo a idade que tenho

Mesmo porque nunca me liguei ao passado nem ao futuro

Vivo o presente e isto me basta

Também nunca contei minha idade pelos anos

Os anos não contam

O que conta é o número de nós resolvidos

Da alma claudicante

Eu se que ainda tenho muitos nós

E tantos por resolver

Neste mundo, porém nada mais me magoa

Nada mais me intriga

Nem mesmo a solidão

A par de minhas desventuras,

Pelas incursões do querer

Continuo só e sou só

mas de uma solidão que não dói

Pois no meu universo

Moram beija-flores imaginários

Há também fontes de água pura

Que borbulham verdades e mentiras

Há amores secretos que me entretem

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 23/02/2008
Reeditado em 01/11/2011
Código do texto: T871896
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