COTIDIANO - I
Já viví muito e não escondo a idade que tenho
Mesmo porque nunca me liguei ao passado nem ao futuro
Vivo o presente e isto me basta
Também nunca contei minha idade pelos anos
Os anos não contam
O que conta é o número de nós resolvidos
Da alma claudicante
Eu se que ainda tenho muitos nós
E tantos por resolver
Neste mundo, porém nada mais me magoa
Nada mais me intriga
Nem mesmo a solidão
A par de minhas desventuras,
Pelas incursões do querer
Continuo só e sou só
mas de uma solidão que não dói
Pois no meu universo
Moram beija-flores imaginários
Há também fontes de água pura
Que borbulham verdades e mentiras
Há amores secretos que me entretem