A vida temporária do poeta

Curto é o instante

Triste

Em que o aniversário do poeta

Se completa.

A vida

Passa ritmada

Pelo bater das asas

Do anjo que sabe o tempo das coisas.

A canção

Não

Teme a morte.

É guardiâ das noites.

Os dias

São percorridos pelos ventos

Que têm seu próprio canto

De coisas fugidias.

De passo,

Firme como aço,

O poeta - embora pobre,

É alegre.

Tem sangue

E vida como tem o mangue.

Parece enfermo,

Mas é eterno.

Fico pensando

Que sou poeta.

Sinto-me um caco,

Porque percebo que minha vida é incompleta.

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 20/02/2008
Reeditado em 29/09/2009
Código do texto: T867561
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