O LABIRINTO DO MEU EU

Embevecido pelas plumas do silêncio,
Sou atalaia da paz nos meus oceanos de flores sem limites...
Não há ventos nem ondas, só bromélias brancas.
Estou só neste calmo labirinto.
Por que não somos consumidores da paz?
Mil anos e um segundo são a mesma fração de tempo.
Sim, não há limites de tempo nem de espaço.
Labirinto em mar aberto...em tempo aberto...
Somente a fragrância da corola de um anseio branco de cetim.
Quão bom se todos fôssemos caçadores da paz,
Sou inebriado pela quimera, expansão do nada
Não há borbulha...
Nada quer exalar o mínimo suspiro, para não ferir a sua inolvidável brancura
Mas exala...
Deito-me neste mar de devaneios e faço parte dele.
Bebo as pétalas do silêncio inebriado pela fragrância leve e pura...
Não perquiro a paz lá de fora,
O silêncio cinza me confidencia que ela é desafinada em falsete...
Meu olhar sorve a poeira diáfana da água cristalina,
Em busca de outra paz...
Que seja repleta de amor e de brancura...
E que venha das alturas...
Espero-a...
Um segundo....mil anos...
Na pequenez de um bartimeu...
No labirinto do meu eu...