Buraco negro
*Buraco negro.
O céu é azul
O mar também
Se se misturam,
quem é quem?
Quando o céu perece e não se sustenta no ar,
a espuma das ondas viram nuvens,
e as nuvens são bocejos do oceano.
O mar fenece, deixa de ser mar,
reaparece lá no ar.
E acontece: o céu desce.
Os animais se enlouquecem.
O peixe voa, constroe ninhos,
as brânquias são asas de passarinhos.
Os golfinhos são aviões,
com suas acrobacias de fumaça.
Os aviões são submarinos!
Os balões são caravelas!
Tubarões são Sukhoi’s, cortando o céu.
As estrelas estão na areia,
fazendo da praia um universo.
Raios e relâmpagos são doidices
que ninguém sabe se sobem ou descem.
E o balanço do oceano, no céu,
é a ventania. O arco-íris? O sal do mar.
E nessa mistura a natureza cresce.
Mas há de vir o pôr do sol...
E o céu se avermelha, e escurece...
Infelizmente, ele anoitece.
O buraco negro teve ciúmes
de tamanha intensidade,
de tamanho colorido,
de tamanho fervor,
que sugou tudo para si,
desejando deixar de ser negro.
Bugarim