TEM TEMPO...
Tem tempo...
que o sol dançava
sobre meus sonhos
e eu não me envergonhava
dos meus dias.
Agora tenho os dedos feridos
nos espinhos dos caminhos.
Preciso reaprender a chamar o sol
mesmo nas minhas noites imensas
para que eu geste novamente
aquela confiança,
aquela que nunca morre por completo
lá dentro
e que faz toda a diferença.
Que a cavalgada seja sem tormenta.
Que os meus bens interiores
de novo me realimentem
nas paradas que vida faz
dentro de nós
para que eu reaprenda
a reconhecer o verdadeiro amor
mesmo na noite mais negra,
mesmo nos lenços molhados
da minha ferida paz.