Taj Majal - partes I, II e III

parte I
Numa noite fria mas estrelada,
Olho atento ao lindo céu.
Eis que me é descoberto um véu:
Vejo-me com você, minha amada,

Numa doce e suave revoada
Pairando sobre os campos
Numa noite mais que abençoada.
Estrelinhas como pirilampos.

Lua com seu sorriso pra nós...
Emana raios da Mãe Selene...
Ouvimos então uma voz
Do Universo eterno e perene...

Filhos amados, Leon... Ceci...
Muitas Almas Gêmeas existem,
Mas vocês especialmente reuni.
E percebo que fazem jus e insistem

Fazendo jus a minha criação.
Sempre seguindo o coração, agradecem,
Sempre a Mim ligados em oração...
Aos poucos seus destinos tecem...

Já deixei-os viver à vontade...
Acertar, arriscar e até errar, permiti.
Mesmo longe um do outro, na saudade,
Cada um de vocês se esforça e sorri!

Filhos amados como isso é bonito!
Deixei-os escolher seguirem afastados
Mas nem por isso, nem por um minuto
Deixaram de ser por Mim abençoados...

A liberdade é de vocês dois.
Podem assim viver à vontade.
O efeito disso virá depois.
Conhecerão de frente a verdade.

Algo tenho, ao casal, esclarecer.
O Amor que dentro de vocês palpita,
Que cada dia percebem crescer
É uma pedra de ouro, uma pepita...

Pensam que tudo começou na mocidade?
Quando viviam na mais bela pureza?
Não. Tudo começou na eternidade!
Já viveram em reinados e na pobreza...

Já desperdiçaram algumas vidas...
Outras deram largos e bons passos...
Em suas Almas estão contidas
Memórias de sucessos e fracassos!

Mas teve uma existência de vocês
Onde receberam para a atual o direito
De trilharem juntos mais uma vez.
Cravou pra sempre o Amor em vosso peito.




parte II
Foi uma vida mais que exemplar!
Uma jornada muito especial...
Prestem atenção no que vou lhes contar:
Estava sendo construído Taj Majal...

Um magno presente de amor
Dignos de um grande Rei.
Mas quem poderia supor
Que em meio a pobre grei

Existiam dois jovens camponeses
Que não nasceram em berço de ouro.
Conhecidos pelos seus bons afazeres
Para toda gente do humilde logradouro.

Já se amavam desde a infância.
Num singelo e inocente Amor.
Longe da riqueza e da arrogância
Unidos como pétalas de uma flor!

Desde pequenos aprenderam
A estudar e praticar meditação.
A Bhagavad-Gita juntos leram
Terminando sempre em oração!

Quando pelos pais abençoados
Viveram um precioso momento!
Pra sempre mais uma vez atados
Pela sagrada união de um casamento!

Eram felizes na simplicidade,
Ensinavam velho ou criança,
Ensinamento não tinha idade,
Todos entravam na dança!

Ela uma formosa menina,
Além do dom de ensinar,
Era uma exímia dançarina!
Para seu esposo alegrar.

Eram alegres e divertidos!
Sem nunca perderem o juízo.
Se fossem surpreendidos
Sacavam a força, se fosse preciso.

Ela, o amor de Vênus respirava
Ele, mostrava a força de Marte.
Ela, com a força do amor falava,
Ele, sabia fazer do amor uma arte!




parte III
Ambos eram gêmeos de Alma,
Ambos eram como irmãos,
Melhor do que o agito a calma,
Ao necessitado davam suas mãos!

Inúmeros que sofriam na vida,
Perdidos em mágoa reprimida,
Muitos duros, amargos e solitários,
Outros judiavam dos otários,

Pobres padeciam na ignorância,
Na fome, na infelicidade.
Ricos escravos da arrogância,
Viviam fora da realidade...

Absortos em suas avarezas
Não escutavam os pobres gemidos.
Vazias eram as suas belezas,
Seus poderes eram escondidos.

Os jovens dotados de compaixão,
Viviam aos próximos dedicados.
De amor e muita compreensão,
Abraçavam os desamparados.

O amor incondicional imperava
Não importava o tamanho da riqueza.
Cada rico que se aproximava,
Eles com toda a delicadeza,

Curvavam-se na humildade,
Sem perderem o valor.
No interno a autoridade
Dos que sabem o que é amor!

Os ricos mesmo arrogantes,
Não conseguiam passar ilesos.
Nada poderia ser como antes
Não tinham os mesmos pesos.

Este casal num passe de magia,
Com sua doce palavra e sorriso,
Entrava no âmago e conseguia,
Resgatar o verdadeiro juízo!

Velhos e crianças de todas as idades,
Por todos eles eram mui amados.
Recebiam com amor as verdades,
Eram pelos dois recompensados.

No ocaso ao som dos cânticos,
Os pássaros voltando a seus ninhos,
Recolhiam-se doces, românticos,
Entregavam-se em mil carinhos...

Banhavam-se em águas perfumadas,
Purificavam seus corpos cansados,
Orações eram na devoção recitadas,
Entoavam serenos os mantrans sagrados,

Despidos da humana personalidade,
Nus com seus corpos santificados,
Seus pensamentos na serenidade,
Sentimentos apazinguados...

Passavam unidos por um portal,
Num caminho mais que preciso,
Livres de qualquer dor mortal,
Alcançavam o interno paraiso!

Êxtase elevado na paz duradora
Mais alto do que o gigante Everest,
Experimentavam a luz encantadora
Mais irradiante que o azul celeste!


continua em breve


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