FOLIA DOUDIVANA
Confetes e serpentinas
Pierrôs e bailarinas.
Tudo se combina
Em qualquer fantasia
A fugaz felicidade está sob aviso antecipado. Ninguém disfarça. Tudo se mescla. Tudo se mistura. O carnaval tá grudado nos corpos suados e bronzeados nas praias dos invasores. Lançam perfumes vencidos nos sovacos. Lançam incêndios nas moças assanhadas do Baixo-Gávea e na tropa da elite pseudo-aristocrata do Alto Leblon.
Demodo que nos subúrbios sujos e escuros. Batuques sambalísticos maxixados com telefunk teleguiado são transmitidos transitados nas antenas parabólicas de cérebros confusos difusos sem fuso horário. Aqui tem roteiro de sobra. Aqui as cobras não são venenosas. São ardilosas. Disse o Zé Pilintra de plantão.
Diabinhas, anjinhas satânicas
ninfetinhas de farmácia.
Marombeiros desordeiros
Cowboys faroleiros
Desaventureiros.
Chupetas
Bocetas
Xeretas
Estão todos na reta!
Curvem-se ajoelhem-se diante perante ao Rei Momo mimoso mimado que mama na mamadeira na casa da mãe Joana D´arc. Napoleão já foi à guerra e perdeu as cuecas. Todos querem morrer na Sodoma. Bacanais à vista! Gemeu a senhora fofoqueira de portão.
De biquínis, sarongues e miçangas
Lá vem, lá vão os mambembes e suas bugigangas
Parece que voltou a moda da tanga...
BEM-VINDOS NOVAMENTE AOS ANOS SETENTA
Demaneira que vamos voltar à pilantragem ou os bons tempos de psicodelia psicotropicalista voltaram. Vamos gozar outra vez!
Regozaremos solenemente então!
Índios Tupis-tupinambás-tupiniquins-mirins-guaranis-xamãs-xavantes-cheroquis estão pitando cachimbos de candomblé e charutos de umbanda. Pintando o sete-e-sete. Apitando doidivanamente os apitos. Fitando mitos.
Aprontando. Índio quer sua tribo se não der pau vai comer! pau vai comer! pau vai comer!
É galego... reforce... prepare o gogó....
“ATENÇÃO! ATENÇÃO!”
O CARNAVAL JÁ TÁ PRECIPITADO PREMEDITADO PRINCIPIADO GRUDADO EM CADA CORPO DENTRO E FORA DO ESPAÇO EXTRA E INTRAFÍSICO.
FELIPE REY