Porque Eu Sou

Me perco em mim mesmo

No infinito de meu Ser.

Navego sem rumo a esmo

Até onde posso crer!

Creio no que vejo.

Creio no que sinto.

Digo não ao desejo.

Quero ser distinto!

Lanço-me em vôo aberto

Em direção ao nada.

A minh’alma, estou certo,

Será encontrada!

Livro-me das amarras

Da grande dualidade.

Solto-me de suas garras

Em busca da verdade!

Escapo dos conceitos,

De toda programação!

De todos os feitos

Das minhas próprias mãos!

Inalo devagar, bem fundo.

Introduzo bem lento

Ao meu mundo

O Divino alento!

Retenho o prana.

Sinto sua essência

Que emana

Consciência!

Paro e sigo

Exalando.

Prossigo

Respirando...

Dirigida

Minha atenção

Na batida

De meu coração!

Meu corpo não sou.

Não sou pensamento.

Apenas estou

Atento.

Sem identidade

Nada sou, nada valho.

Sou a eternidade.

Sou a gota de orvalho.

Sou o fogo que aquece.

Sou a luz que ilumina.

Sou a fé da prece.

O êxtase que culmina!

Sou o correr do riacho,

A vida que pulsa!

O fruto, a semente, o cacho.

A vontade que impulsa!

Do mim mesmo desprego,

Fusiono-me ao total!

Nada mais de ego.

Do bem ou do mal!

Leve, solto, capaz.

Água, fogo, terra e ar.

Guerra e paz.

O amor, o amar.

Sou o verbo, a expressão.

Sou tudo e não sou nada.

Habito em seu coração.

Sou a grande morada!

Sou o aqui e agora.

Já fui, não vou.

Jamais irei embora

Porque Eu Sou!