Vou-me embora para o infinito

Vou-me embora para o infinito

Lá não existe um rei,

Ninguém por lá se comporta

Seguindo a letra da lei

–Vou-me embora para o infinito

No infinito não há portas

Apenas campos floridos

Das mais variadas cores

De brotos desconhecidos

Lá ninguém sente as dores

Do tempo passando corrido

Por lá sequer há um tempo

Que venha a passar batido

–Vou-me embora para o infinito

Tristeza por lá não se cria

Pois se uma lágrima brota

No próprio rosto se esgota

Com a ausência que se irradia

É assim também com a alegria

Sua falta não causa revolta

Por lá a melhor companhia

É o vazio que nós faz a volta

–Vou-me embora para o infinito

Aqui eu não sou mais feliz

Pois vivo a retocar o verniz

Da tinta que se desbota

Na máscara que me sufoca.