Fuga-cidade
Meu corpo, ébrio, descuidou-se,
Adormeceu e o coração saiu,
Passeou e autônomo encantou-se,
Com águas, quiçá seja um rio,
Seduzido, então, entregou-se,
Ao momento terno que sentiu,
Mergulhou, porém não molhou-se,
E ninguém enxergou o que ele viu.
Reconheceu que ali, enganou-se,
E frustrado, abatido, partiu,
E de volta ao meu corpo ele trouxe,
Uma camisa de força e vestiu,
Dos enganos da vida blindou-se,
Chorou, lamentou, mas sorriu,
E o sonho, por aqui acabou-se,
E um poema que surgia, fugiu...