Fuga-cidade

Meu corpo, ébrio, descuidou-se,

Adormeceu e o coração saiu,

Passeou e autônomo encantou-se,

Com águas, quiçá seja um rio,

Seduzido, então, entregou-se,

Ao momento terno que sentiu,

Mergulhou, porém não molhou-se,

E ninguém enxergou o que ele viu.

Reconheceu que ali, enganou-se,

E frustrado, abatido, partiu,

E de volta ao meu corpo ele trouxe,

Uma camisa de força e vestiu,

Dos enganos da vida blindou-se,

Chorou, lamentou, mas sorriu,

E o sonho, por aqui acabou-se,

E um poema que surgia, fugiu...

Tarcísio Luiz
Enviado por Tarcísio Luiz em 02/12/2024
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