ÚLTIMO DESEJO
"Nosso amor, que não esqueço e que teve seu começo numa festa de São João. Morre hoje sem foguete, sem retrato, sem bilhete, sem luar e sem violão."
(Noel Rosa, Último Desejo)
Esse meu coração bobo
Voa que nem um balão
Com o meu desejo tolo
Some numa escuridão
Fico sem um referencial
Sem acessar o meu acervo
Sem ter o eco do ensejo
Perco todo meu manancial
Busco sua última imagem
Num quadro emoldurado
Vejo bem longe uma miragem
Do meu texto enclausurado
As minhas letras meio exóticas
Por certo nunca serão musicadas
Pela falta das linhas robóticas
Sem ter vida serão censuradas
Imagem da Internet