Visao da Eternidade

Infelizes os que

Tombaram em meio

Ao campo de batalha.

A espada ainda suja

De sangue,

O abutre no céu

Com olhos de quem

Há muito não come,

O grito emocionado

Da vitória

Perante o corpo

Morto

E

Derrotado.

É a sua visão da eternidade.

O tempo pára,

Também morre.

O cara que morreu atropelado

Numa de suas ruas

Preferidas da cidade,

Que leu no jornal

Como anda o país,

Se vai bem ou se vai mal,

E que pensou em caridade,

Mas não a fez,

Deixando tudo para uma próxima vez,

Morreu no asfalto quente

E vive triste ou contente,

- não o sei -

Na visão de sua eternidade.

A última realidade

Que viveu.

André Espínola
Enviado por André Espínola em 17/01/2008
Reeditado em 17/01/2008
Código do texto: T820486
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