Visao da Eternidade
Infelizes os que
Tombaram em meio
Ao campo de batalha.
A espada ainda suja
De sangue,
O abutre no céu
Com olhos de quem
Há muito não come,
O grito emocionado
Da vitória
Perante o corpo
Morto
E
Derrotado.
É a sua visão da eternidade.
O tempo pára,
Também morre.
O cara que morreu atropelado
Numa de suas ruas
Preferidas da cidade,
Que leu no jornal
Como anda o país,
Se vai bem ou se vai mal,
E que pensou em caridade,
Mas não a fez,
Deixando tudo para uma próxima vez,
Morreu no asfalto quente
E vive triste ou contente,
- não o sei -
Na visão de sua eternidade.
A última realidade
Que viveu.