CAÇA
Pela consciência perseguida
Caçada por si mesma
Eu a via olhando através das janelas
Avistando morros e capelas
Eu a via de olhar vidrado
E lhe dizia:
Esqueça o passado
Dê um passo para frente
Ela retrucava:
Não sou valente
Estava envolta em véus
E sonhava céus
Conselhos eu resolvi não mais lhe dar
Precisava com exemplos demonstrar
Que era fácil a felicidade encontrar
Então comecei a simplificar
Passei a convidá-la a passeios
Falava sem receios
Das coisas que pensava
Ela argumentava
Outras vezes se calava e me escutava
Um dia a vi sorrindo,
Noutro falando simplesmente de um dia azul
Das flores do jardim
Então ela já fazia parte do jardim
Foi simples assim