Reflexos do infinito
Nos campos deslumbrados,
Flores encantadas a brilhar,
Deitada no verde iluminado,
Contemplo o céu a se pintar.
Diante de mim, um espelho,
Vejo-te ali, no meio,
Chamando-me em segredo,
Toco o reflexo, sinto o coração,
Caio suavemente na ilusão.
Entro num mundo sem nome,
Onde não há pronome.
Tu me levas a terras mágicas,
Minha alma, ali, estática.
A neve toca a vidraça,
O som suave se entrelaça,
Como um beijo leve e manso,
Na janela dança, em balanço.
Estou dentro de um sonho,
Teu reflexo risonho,
Chamando-me em silêncio.
Toco o vidro, sinto o coração,
E caio contigo, sem direção.
Neste mundo sem nome,
Onde não há qualquer pronome,
Encontro o encanto infinito,
E eu, perdida, fico em rito.
Os sonhos custam mil promessas,
Tuas palavras são imensas.
Através do espelho, vejo amor,
Tua alma em pleno clamor.
Leva-me ao longe, ao sem fim.
Neste mundo sem nome,
Onde não há qualquer pronome,
Teu sorriso toca meu peito,
Despertando o mais profundo efeito.