EFEMERIDADE - ECOS DO INSTANTE
Somos poeira, dançando no vento,
Na vastidão do tempo, somos só momento.
O que nasce, já morre no mesmo soprar,
E o que dura, um dia vai se dissipar.
Tudo é breve, o riso, a dor,
O toque da vida, o calor do amor.
Por mais que queiramos prender o agora,
O instante se esvai, e a vida devora.
Somos sombras que passam, ecos que vão,
Em cada batida, uma breve canção.
No jardim da existência, as flores caem,
E nas mãos que as tocam, seus vestígios se apagam.
Mas há beleza no que não se repete,
No brilho fugaz que o olhar reflete.
A efemeridade nos ensina a ver,
Que o valor está em simplesmente ser.
O sol se põe, e logo o amanhã vem,
E no ciclo eterno, somos ninguém.
Mas no breve pulsar, há imensidão,
Na finitude, vive a eterna lição.
Tudo passa, e nisso há redenção,
Pois naquilo que morre, há sempre renovação.
Efêmero é o sonho, efêmera é a dor,
Mas no que é passageiro, reside o valor.