O eco da vida
É preciso viver
com a pressa dos ventos,
no compasso do tempo
que não se pode conter.
É preciso sentir
o peso da aurora,
o toque da noite,
os sonhos que não se escolhem ter.
É preciso viver
os dias que queimam,
os amores que doem,
os risos que se podem perder.
Pois só assim,
quando a morte vier,
não será o fim que se teme,
mas o fim que se acolhe.
E na curva do último passo,
há de se encontrar
não a ausência do que foi,
mas o eco do que se ousou ser.
É preciso viver,
com a alma aberta,
pra que se possa morrer
com a certeza certa.