No ventre de Setembro
(dedicado ao meu amigo escritor Bernard Gontier e à sua crônica "Tablatura",
publicada no RL em 16.09.24)
Pelas tuas palavras, esta noite,
repenso o mundo.
A terra e seus filhos,
as janelas que dão para os jardins,
as flores que se abrem na noite
e dormem pelas manhãs.
Pelas tuas palavras, esta noite,
reviro a bagagem das minhas estaçoes
tentando estar segura de levar o essencial
além dos cabelos brancos de todas as minhas memórias,
e dos meus exilados sonhos.
Pelas tuas palavras, esta noite,
que a gratidão seja meu cajado,
a guiar-me na névoa do desconhecido,
rumo à alma do Grande Ser
que me permitiu atravessar os mares de silencios de Suas estrelas
e desenhar na areia do tempo
o meu rosto em Seu coração.
(imagem: Google)