A V E S ... M A R I A S
… És tu, ó cheia… dez graças a mais.
Eu?... Nada sou para inspirar-me nesta
única maravilha?
Ó como cruel se faz dizer-te
criação, mera inspiração.
Nenhum pintor se faz próprio
em pintar-te. Retratar-te numa
tela. Sem tempo. Findar um
conto, poema, prosas e versos.
Jamais…
Existes no âmago meu, sem jamais
eu ser teu. Quanta ilusão!
Me preenches com toda a tua
feminilidade. Tantas são elas
que respiro… útero, dores do crescer
decrescer na fome do existir.
Mundo… muito.
Ava, Madeleine, louras, altas,
pretas, índias, Dulcitas, Anas…
Lílias. Tantas que me preenchem
o coração. No entanto, somente
uma, apenas ela, aquela
que portou-me longo nove meses,
para parir-me no inverno, inferno
do seu padecer… noite adentro,
Manhãs, dias… Evas.
Terno momento de ser quem sou…
rélis poeta a pestanejar a pena
sem óleo… nem tinta.
Por quanto, finda aqui
estes versos meus, ateu…
pequeno verme colado
a ti…
Amo-te, como ninguém, mesmo
que ao retornar, eu não resista
mais. Parti.
Editada em 09.06. 1997
Reeditada em 17.08.24
Eugênio Costa Mimoso.